Eu não sei que tipo de contratos são esses que estão sendo estabelecidos atualmente. Parece uma baita idiotice você ter um produto que conseguiu as licenças para ele, ter pago uma fortuna por isso, e ser tirado de vendas por conta do tempo ter passado (o famoso contrato furado).
Esses contratos são negociados muito antes dos jogos serem lançados. Alguns podem, inclusive, englobar um número X de anos ou um número Y de jogos - ou seja, mais de um título pode ficar amarrado pelo mesmo acordo. Além disso, jogos com forte dependência de licenciamento costumam ter lançamentos frequentes, como Forza fazia a cada dois anos até pouco tempo atrás, FIFA/Madden/NBA todo ano, etc.
Jogos que adotam esse modelo de negócios esperam que a sua base de jogadores migre para a versão mais atual, tornando assim a manutenção de uma versão antiga mais cara. A licença não fica mais barata conforme os anos de lançamento do jogo passam, mas o volume de vendas diminui e isso acaba pesando.
Isso era padrão em uma época onde os jogos possuíam uma vida mais curta. Hoje em dia, transformados em serviços, os títulos podem sobreviver por muito mais tempo, coexistindo com versões mais novas ou até mesmo virando uma plataforma única, como a Microsoft espera fazer com o novo Motorsport. Sobre o primeiro caso, os jogos da franquia Forza costumavam ficar na loja por quatro anos e eram removidos, Forza Horizon 4 foi lançado em 2018 (mais de cinco anos) e segue firme, no ano passado quando chegou perto um CM da franquia até comentou que
não haviam planos pra retirar o título das lojas em um futuro próximo.
É óbvio que conseguir licenças para versões atuais e futuras de um jogo exige um contrato robusto, muito longo e rentável para quem as dispõe. Porém, uma vez que consegui um contrato de licenças para a versão de um jogo, uma vez que eu mantenha esses produtos licenciados dentro dessa única versão, não há um problema aí ao meu ver. Mas é aquela coisa de sempre, não sabemos ao certo qual o contrato que foi assinado então...
Tem o lado de quem licencia também. Dar um contrato muito longo pode não ser tão vantajoso para quem fornece o conteúdo, seja ele a marca, os carros, circuitos, músicas. Havendo renegociações constantes, quem licencia pode tentar barganhar valores melhores a cada pouco.
O contrato de Motorsport provavelmente possui cláusulas diferentes que permitiriam, como o
@Saci falou, que apenas determinados conteúdos fossem removidos quando chegarem no limite, mas o produto completo em si possa permanecer disponível. Desta forma, o jogo poderia permanecer sendo vendido e recebendo novos conteúdos por bem mais tempo do que o ciclo de vida que víamos até então.